quinta-feira, 8 de março de 2007

Bolsa Família alia baixo custo à eficácia na redução da pobreza

Na avaliação de especialistas de diversas instituições de pesquisa, o Bolsa Família tem sido um instrumento eficaz no combate à miséria e à desigualdade social no País. Para esses estudiosos, o programa de transferência de renda do Governo Federal alia duas características importantes: baixo custo e eficiência na redução da pobreza. Ao mencionar a cobertura do programa - que hoje está presente em 11 milhões de lares pobres de todos dos Municípios brasileiros - o economista Ricardo Paes de Barros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), lembrou que o “Bolsa Família vai aonde os projetos sociais anteriores não iam”.

De acordo com os estudos de Paes de Barros, o Bolsa Família foi responsável por 26% da queda da pobreza e 41% da extrema pobreza no período de 2001 a 2005. “As mudanças no programa nos últimos anos (ampliação da cobertura e do valor do benefício) tiveram um enorme impacto sobre a desigualdade, maior na pobreza e maior ainda na extrema pobreza”, destaca o economista. Segundo seus dados, os recursos do Bolsa Família representam apenas 2,5% das transferência do governamentais, incluindo aposentadorias e pensões.

Paes de Barros, Marcelo Neri (Fundação Getúlio Vargas), João Sabóia (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Ralph Hakkert (Fundo de Populações das Nações Unidas) e Rodolfo Hoffmann (Universidade Estadual de Campinas) apresentaram hoje ( 07/03), em Brasília, informações sobre desigualdade e pobreza no País. O debate fez parte do 2º Seminário de Análises dos Resultados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, que também abordou os dados de educação e mercado de trabalho. O evento foi realizado pelo Governo Federal.

Ponte
As análises de Marcelo Neri mostram que a renda per capita de 50% dos brasileiros mais pobres aumentou 8,56% em 2005, contra um crescimento de 3,65%, em 2002, e um queda de 4,15%, em 2003. Na visão do economista, a queda na desigualdade será um dos marcos desta década. Para ele, o impacto do Bolsa Família é um dos principais elementos desta redução, ao lado do controle da inflação. “O aumento do Bolsa Família foi a metade do salário mínimo, mas o impacto do programa de transferência de renda no combate à pobreza é cinco vezes maior”, constata.

Já os estudos do professor Rodolfo Hoffmann, confirmam o efeito do Bolsa Família na redução da pobreza. Segundo ele, o impacto do programa é três vezes maior do que o salário mínimo. “Se o governo tiver que tomar uma decisão entre um e outro, considero mais eficiente destinar mais dinheiro ao Bolsa Família”, observa.

Para Ricardo Paes de Barros, o Bolsa Família conseguiu criar uma ponte com os beneficiários por meio do Cadastro Único. “Hoje, o governo sabe quais são essas famílias e como reduzir a pobreza. Agora, é preciso usar este canal para destinar ações que melhorem mais a vida dessas pessoas”, ressalta. Na opinião de João Sabóia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é necessário também aumentar o valor de benefício e, segundo Marcelo Neri, é fundamental conectar os beneficiários com outras ações, principalmente na área de educação.


Com informações do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

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